Aproveitando o clima de Carnaval, que está para chegar na próxima semana, que fique entre nós: apesar de ser um momento de celebração, morar em Portugal faz com que essa época me traga um misto de sentimentos. Inverno e Carnaval não são uma combinação perfeita para mim.
É um período em que costumo ficar nostálgica, pois lembro com afeto dos carnavais de Diamantina, em Minas Gerais. Afinal, foi lá, exatamente nesta época, em 2012, que eu e meu marido começamos a nossa história juntos.
Mas, apesar dessa introdução que envolve carnaval, nostalgia e relacionamento, quero falar sobre algo mais profundo: o uso de máscaras, que, historicamente, costumam ser usadas no Carnaval.
Talvez você esteja se perguntando: Bruna, o que máscaras têm a ver com psicologia? E como vocês já devem ter percebido, eu adoro uma boa analogia. Então, vamos a isso.
As máscaras fazem parte da nossa sobrevivência
Será que as máscaras ficam restritas ao Carnaval, ou será que, no dia a dia, todos nós usamos “máscaras invisíveis” para ocultar partes de quem realmente somos?
Como seres sociais, usar máscaras faz parte da nossa sobrevivência. Muitas vezes, elas nos ajudam a não transparecer nossas emoções e pensamentos, evitando conflitos e buscando tornar as interações menos conturbadas.
Já pensou se todos nós tivéssemos que passar 24h só falando a verdade, igual no filme de comédia “O mentiroso” protagonizado pelo Jim Carrey? Acho que seria um pouco constrangedor, não é mesmo? Nesse sentido, “usar uma máscara” não significa necessariamente ser falso, mas sim escolher formas mais cordiais de se relacionar.
Porém, há outro tipo de máscara, bem mais pesada. São aquelas que colocamos para atender às expectativas dos outros, moldadas por pressões externas sobre como devemos agir, parecer ou até mesmo sentir. Quando essas máscaras se tornam uma regra, podem nos afastar de nós mesmos e gerar muito sofrimento.
O peso das máscaras que nos sobrecarregam
Quando vivemos em função de atender as expectativas do outro, tentando corresponder a padrões externos, nos desconectamos de nossas próprias necessidades e desejos, ou seja, da nossa essência.
Isso pode gerar: medo constante de fracassar, autocrítica severa, baixa autoestima, esgotamento emocional e mental e até uma sensação persistente de insatisfação com a vida.
Essas máscaras pesadas tendem a nos aprisionar, bem como nos sobrecarregar. Mas a boa notícia é que sempre há uma saída. Talvez essa saída esteja mais próxima de você do que imagina. A saída é simplesmente começar a olhar para si e descobrir que existe mais beleza em ser você mesmo do que possivelmente imaginas.
A beleza de ser você mesmo
Abandonar essas máscaras pesadas não é uma tarefa fácil. Muitas vezes, acreditamos que deixá-las para trás significa perder o amor e a aceitação daqueles ao nosso redor. Afinal, como seres humanos, todos queremos ser amados de alguma forma.
Mas e se, em vez de simplesmente descartar essas máscaras, você começasse a cultivar, aos poucos, a coragem de se aceitar por completo – com falhas, qualidades e tudo mais?
Seus traumas e suas cicatrizes fazem parte da sua história, assim como sua determinação e seu sorriso – por exemplo. Quando você abraça quem realmente é, descobre que a verdadeira liberdade não está em ser perfeito para o outro, mas em ser inteiro para si.
Ao começar a olhar para si de outra maneira, gradativamente tende a não depender tanto das expectativas externas. Assim, começa a aprender a viver de acordo com seus próprios valores pessoais – o que é realmente importante para cada um de nós, como honestidade, liberdade, família, segurança, crescimento ou amor.
E, ao fazer este movimento, passas a perceber que afeto e admiração dificilmente se constroem tentando ser o que o outro espera, mas sim através de relações autênticas, onde ambos sentem-se seguros para demonstrar suas vulnerabilidades e ser quem realmente são.
Então, da próxima vez que você perceber que está se esforçando para corresponder às expectativas dos outros, pare, respire e olhe para si com afeto. Na psicologia, este é um dos pilares do fenômeno denominado autocompaixão.
Lembre-se: você é suficiente, exatamente como é. Quando aprende a se amar, abre a porta para uma vida não de perfeição, mas de plenitude, não de busca pela aceitação do outro, mas de autoaceitação.
E isso não significa que você deixará de ouvir o que as outras pessoas têm a dizer, mas que passará a ouvi-las para evoluir por e para você – e não mais pelos olhares e expectativas externos.
E essa, sim, é uma vida que vale a pena viver.
Se você gostaria de explorar mais sobre como lidar com suas próprias máscaras e cultivar a autenticidade, entre em contato para agendar uma consulta.