Todos parecem concordar que, atualmente, vivemos em uma sociedade marcada pela pressa. Estamos constantemente correndo, como se a vida fosse uma maratona cujo único objetivo fosse cruzar a linha de chegada o mais rápido possível.

Como consequência, transtornos psicológicos — ansiedade, depressão, déficit de atenção, entre outros — estão se tornando cada vez mais comuns.

Recentemente, ao ler o livro Armadilha da felicidade do autor Russ Harris, encontrei uma reflexão interessante sobre o ditado: “A jornada é mais importante que o destino”. O autor defende que ambos são igualmente importantes, e compartilho dessa visão.

Afinal, para quem se planejou passar as férias na Grécia, por exemplo, uma mudança de destino pode não ter o mesmo valor, mas a jornada até o destino é muito significativa, especialmente porque não há garantias de que chegaremos ao destino.

O futuro não é uma certeza; para que ele aconteça, precisamos construí-lo a cada passo, no presente.

O problema da “sociedade da pressa” não está em ter metas, mas em viver apenas para o objetivo final. Quantas vezes você já começou uma tarefa pensando na próxima ou já dispensou tanta atenção no destino final que se esqueceu de olhar os detalhes, sem conseguir estar presente no que está fazendo agora?

Esse comportamento é comum e pode nos impedir de experimentar a satisfação plena em cada momento.

Ter objetivos é essencial para organizar a mente e tomar decisões com clareza, e é natural termos várias tarefas no dia a dia. No entanto, o verdadeiro desafio surge quando damos tanta importância ao destino que acreditamos que só poderemos relaxar ou ser felizes ao alcançá-lo — como se boas férias só pudessem acontecer na Grécia, ou como se o sucesso estivesse apenas no fim da maratona.

Esse foco exagerado no futuro pode nos impedir de estar presentes nas atividades cotidianas, tornando até mesmo tarefas simples difíceis de realizar com total atenção. Assim, ignoramos a beleza do caminho, o vento no rosto e as pequenas pedras que, embora desafiadoras, nos fazem crescer.

Esse comportamento acaba prejudicando nosso bem-estar físico, nossa saúde mental e nossos relacionamentos familiares e sociais. Em meio a tanta pressa, deixamos de viver o presente plenamente — e é nesse momento que precisamos acionar o “botão de alerta”.

Observando nosso estilo de vida, percebo que muitos de nós tratam o dia a dia apenas como um meio para alcançar algo no futuro. É como se a vida só começasse “de verdade” quando esse objetivo fosse atingido, ou como se uma tarefa não tivesse valor.

Essa mentalidade nos faz esquecer de valorizar o que temos agora e de viver as pequenas alegrias cotidianas. Ignoramos momentos de descanso, os contatos que nos fazem bem e até o cuidado com nossa saúde física e mental.

Ficamos sempre à espera de uma felicidade que só se completará ao final, quando, na verdade, a vida acontece agora, durante o percurso, não apenas ao final da jornada.

Para aprender a aproveitar o caminho e viver o tempo de outra forma, a prática da atenção plena — ou mindfulness — é uma poderosa aliada. Esse recurso natural ajuda a acalmar a mente e a focar no momento presente.

Diversos estudos comprovam que essa prática tem efeitos profundos na saúde, bem-estar e felicidade, como discutido por Mark Williams e Danny Penman em Atenção Plena: Mindfulness — Como Encontrar a Paz em um Mundo Frenético, uma leitura excelente para quem quer explorar o tema.

Se você gostaria de saber mais sobre o mindfulness ou outros assuntos correlacionados, entre em contato comigo.

Podemos agendar uma sessão de acolhimento e explorarmos juntos o caminho para viver o momento presente com mais autocuidado e atenção plena.